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Projeto LTi

 

O LTi iniciou suas atividades em 2009, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) através dos editais Universal 2009 e 2011, do Edital Ciências Humanas CNPq - Capes 2010 e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC Graduação e Ensino Médio), bem como do Programa de Bolsas de Extensão (MEC/Probex) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

Seu propósito, como relatado em Freire e Freire (2013), é contribuir para a qualidade do ensino em nível médio e também em cursos universitários a partir da experiência de integração de atividades de pesquisa – ensino – extensão, de modo a atender demandas de informação da sociedade, compartilhando seus resultados com a comunidade acadêmica. 

O Projeto LTi tem como propósito oferecer espaços de mediação para desenvolvimento de competências em tecnologias intelectuais para acesso, produção e compartilhamento de estoques de informação na Internet e usuários que deles necessitam, na sociedade. A seguir, na figura 1, descrevemos sua rede conceitual:


Figura 1 – Rede conceitual do Projeto LTi.

Fonte: Adaptado de Wersig, 1993. FREIRE, 2013.

 

Nesse contexto, adotamos como premissa a afirmação de Wersig e Neveling (1975) sobre a “transmissão do conhecimento para aqueles que dele precisam [como] uma responsabilidade social, e esta [...] parece ser o real fundamento da ‘ciência da informação’”. Nesta abordagem, usamos como construtos operativos a definição de Lèvy (1994) para ‘tecnologias intelectuais’ e sua proposição de uma ‘inteligência coletiva’, definida como “uma inteligência distribuída em toda a parte” (LÈVY, 2000, p.78) e fundamentada nas qualidades humanas. Também relacionamos ao atrator conceitual os construtos ‘rede conceitual’ em si, que caracteriza a abordagem teórica como própria e específica do campo da Ciência da Informação (WERSIG, 1993), e ‘regime de informação’, conforme proposto por González de Gómez (1999, 2002, 2003), que oferece elementos tanto para representação quanto para análise de variáveis numa dada situação de pesquisa. Como construtos operacionais, relacionamos ‘tecnologias intelectuais’, ‘competências em informação’, ‘pesquisa-ação’ e ‘rede de projetos’. 

Nesse modelo, as redes de comunicação da informação mediadas pela Internet oferecem inúmeras oportunidades para aprender sobre as competências necessárias para apropriação, produção e compartilhamento de informações no ciberespaço. No projeto LTi essas oportunidades são identificadas, apropriadas e utilizadas pelos participantes ― pesquisadores autores e colaboradores, docentes e discentes ― para produção e compartilhamento de informações de interesse para a área de Ciência da Informação. 

Assim, como não poderia deixar de ser, a trama da nossa rede conceitual é tecida no espaço social da contemporaneidade, que se realiza no mundo da vida das sociedades humanas, na forma da vida acadêmica e no mundo virtual das comunidades constituídas no ciberespaço1. 

Como atrator conceitual da rede de ações de pesquisa – ensino – extensão do LTi, adota-se o construto de Pierre Lèvy (1994, p.42) para tecnologias intelectuais, as quais representam

[...] tanto as formas de expressão simbólica (que, p.ex., evoluíram das narrativas míticas às equações quânticas) quanto as tecnologias de informação em si mesmas (p.ex., a escrita em tabuinhas de barro, as iluminuras medievais, a imprensa e os computadores). Podemos chamá-las, também, de 'tecnologias soft' em contraponto às tecnologias de produção material (que evoluíram, p.ex., desde o machado de pedra até os satélites de comunicação).

Ainda de acordo com Lévy (1994, p.42. Negrito nosso), as tecnologias intelectuais

[...] situam-se fora dos sujeitos cognitivos, como este computador sobre minha mesa ou este [texto] em suas mãos. Mas elas também estão entre os sujeitos como códigos compartilhados, textos que circulam, programas que copiamos, imagens que imprimimos e transmitimos por via hertziana. (...) As tecnologias intelectuais estão ainda nos sujeitos, através da imaginação e da aprendizagem.

O autor destaca as tecnologias inteletuais em suporte digital, as quais “favorece(m), ainda, o desenvolvimento e manutenção da inteligência coletiva, pois exteriorizando uma parte de nossas operações coletivas as tornam [...] públicas e partilháveis”; destarte, as tecnologias intelectuais “aumentam e modificam nossas capacidades cognitivas” (LÉVY, 2001 citado por GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2004, p.55). Na visão de Assmann (2000, p.52), as tecnologias digitais são “feixes de propriedades ativas” e nesse contexto existe a possibilidade “de uma incorporação ativa no processo todo de produção, compartilhamento e criação cultural [...], os chamados conteúdos” (LAZARTE, 2000, p.51).

A rede de projetos do LTi é constituída por ações de informação no âmbito de cada uma das linhas de atuação universitária: ensino, pesquisa, extensão. Docentes do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e do Mestrado Profissional Gestão em Organizações Aprendentes da UFPB participam dessa rede, desenvolvendo projetos de pesquisa – ensino – extensão com a participação de discentes dos cursos de graduação do Departamento de Ciência da Informação da UFPB, como mostra a figura 2, a seguir: 

 
Figura 2 – Rede de projetos do LTi.

Fonte: FREIRE, 2013. Notas de trabalho.

 

Referências

ASSMANN, H. A metamorfose do aprender na sociedade da informação. Ciência da Informação, v. 29, n. 2, p. 7-15, maio/ago. 2000.

FREIRE, I.M. Sobre o regime de informação no Laboratório de Tecnologias Intelectuais – LTi. InCID, v.4, n.1, p.70-86, 2013.

FREIRE, I.M. Projeto LTi. Notas de trabalho. João Pessoa: UFPB, 2013. Uso restrito à pesquisa.

FREIRE, I.M.; FREIRE, G.H. de A. Ações de informação para o ensino médio no Laboratório de Tecnologias Intelectuais – LTi. Revista do Mestrado Profissional Gestão em Organizações Arendentes, v.2, n.1,  p. 123-137, 2013.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N. Novas fronteiras tecnológicas das ações de informação: questões e abordagens. Ciência da Informação, v.33, n.1, 2004.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M.N. As relações entre ciência, Estado e sociedade: um domínio de visibilidade para as questões da informação. Ciência da Informação, v.32, n. 1, p. 60-76, 2003.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M.N. Novos cenários políticos para a informação. Ciência da Informação, v.31, n. 1, p. 27-40, 2002.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M.N. O caráter seletivo das ações de informação. Informare, v. 5, n. 2, p. 7-30, 1999.

LAZARTE, L. Ecologia cognitiva na sociedade da informação. Ciência da Informação, v.29, n. 2, 2000.

LÉVY, P. A conexão planetária. Rio de Janeiro : Editora 34, 2001.

LÈVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 3ed. São Paulo: Ed. Loyola, 2000.

LÈVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

WERSIG, G. Information science: the study of postmodern knowledge usage. Information Processing & Management,  v.29, n.2, 1993.

WERSIG, G., NEVELING, U.  The  phenomena of  interest  to information science. The  Information Scientist.  v.9, n.4, p.127-140, 1975.

 

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1 Para Lévy (1999, p.36, grifo do autor), “o ciberespaço [também chamado de rede] é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores, mediante a Internet. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo”. 

 
 
 
 
 

 

Laboratório de Tecnologias Intelectuais